terça-feira, julho 17, 2007

Loucura

Na doce neblina teu sorriso tornou-se lânguido e sensual. O gosto borbulhante do teu sorriso espalhava-se pela minha língua sedenta enquanto eu te perseguia por paredes não tão alinhadas. Meus olhos dançavam com o teu corpo e eu sentia meus sentidos de areia escapando lentamente pelos meus dedos trêmulos...

Já não sabia se era real ou se seria o melhor dos meus sonhos. Na nossa realidade abstrata havia uma mistura de luzes e sombras, pele e sensações, com tuas cores se misturando com aquela música que eu já não sabia mais de onde vinha. Estava entregue as teus caprichos e ao mesmo tempo era senhor absoluto das minhas vontades.

Mas as vontades se tornaram necessidades e então veio a urgência de uma forma tão violenta e incontrolável que eu não saberia te explicar. Quando as máscaras caíram e nos tornamos nós mesmos, a fome se tornou muito mais forte do que qualquer pudor infantil, trancados em um mundo perfeito onde éramos donos absolutos de nosso tempo.

Eu bem tentei entender o que acontecia, mas o teu corpo estava tão misturado com a música que a loucura tornou-se inexplicavelmente latente. Teu perfume multiplicou-se e eu soube que teu corpo seria minha perdição. Minha sede chegou a níveis que eu não conhecia e não podia mais deter e só a tua paixão poderia me salvar.

Te mostrei então quem eu sou de verdade. Teu Escorpiano, sem disfarces, sem medos. Agora nem eu mesmo sei quem eu sou tão bem quanto você, meu amor. Você é a única que me conhece por completo e sabe de absolutamente tudo sobre mim. Fui completamente teu de uma maneira que eu nunca sonhei que pudesse existir.

Vi a força esmagadora das tuas promessas feitas nos momentos em que você mergulhava na loucura dos meus olhos. Nossa verdade sincera, nossos sonhos surreais, nossa realidade perfeita. Teu abraço me envolveu de uma maneira tão intensa e insana que eu poderia ficar ali por toda vida.

Poderia não: eu vou ficar nos teus braços a vida toda...

Eu te amo, meu vício...